quinta-feira

Alexander McQueen

Look da coleção Outono 2009 de Alexander McQueen, desfilado por Charlotte di Calypso.

Dicotomia
É isso

terça-feira

Bolo bombom diamante dourado


Diamantes dourados, receita de Nice Porto

Alguém assistiu ao Bem Família dessa segunda-feira, de manhã na Band? ahsuahsuahsuahs Acho que tenho problemas com comida. A confissão feita, uma explicação melhorzinha. Minha vó mora comigo. Então, acho que é natural que eu veja uma quantidade incomum de programas de culinária. Sobretudo, considerando que eu não cozinho. E o que mais me irrita nesses programas (geralmente, os ingleses, com Jamie Oliver ou Nigella) é que, mais vezes que o ideal, a comida pronta parece... já mastigada! Aí, o meu problema: acho que gosto de comida quando não parece comida.

E, combinemos, esses maravilhosos bolos bombons diamantes dourados (olha esse nome!) parecem bem pouco comestíveis. Eu fiquei me perguntando como se fazia um bombom tão rígido e dourado: uma decepção, de tão... "mágico" (tcc: artificial). O formato é conseguido colocando chocolate derretido numa forma de silicone (zzzz). A cor? Corante AEROGRAFADO sobre os bonbons! Mas que dona-de-casa brasileira não tem um aerógrafo, não é mesmo?

Por fim, me atrai essa impostacão maravilhosa, esse falso glamour do diamante dourado (q), e a velha questão da coisa que parece outra. Que tema fixo, aqui!

Prepara o aerógrafo, que a receita está aqui.

domingo

llussá marcenaria


Llussá Marcenaria, prédio de José Alves e Juliana Llussá, em São Paulo, desde 2003

Sou fascinado por suspensão; flutuação, use your seat for floatation. Sonho com longas escadas com corrimãos que nunca as tocam: partem de um ponto qualquer e depois flutuam no ar. Acho que gostaria que nenhum móvel do meu quarto tocasse o chão. Tudo preso ao teto, ou às paredes. O vão livre do MASP me parece ainda pequeno. Gente, será que isso é ter morado em Brasília, de novo? Viva o pilotis! Fora isso, sou louco por abismos, essa impressão de que algo visualmente ultrapassa se põe sobre um abismo, o desafia. Essa sensação de que tudo vai desmontar (como na cadeira Commo), hum... leveza insustentável? Também adoro desdobramentos de formas simples (vários círculos em tamanhos diferentes formando uma estampa, por exemplo). E adoro essas estruturas em que tudo é aparente, vigas de metal, concreto. E, apesar de tentar me esquecer disso, sou fascinado por dualidades (neste caso, o ferro e o vidro; ou o ferro e o vidro vs a madeira).

OK, já não estou mais chocado por quase ter chorado ao ver a fachada da loja de Juliana Llussá. Veja mais do prédio aqui.

P.S.: Caramba! E essa foto tem um esquema de cores que combina perfeitamente com o visual deste blog. Amei.

why call it tourist season?

João Ximenes Braga, no Caderno Ela (em O Globo) de 23 de março:

Ao parar num mirante do Parque Güell, percebi os turistas um tanto tensos com um gigantesco cartaz estendido no telhado de uma casa bem entre nós e a vista de Barcelona: "Why call it tourist season if we can't shoot them?"

noi



Noi, biombo de Juliana Llussá

"O biombo Noi (criança em catalão), surgiu num dia em que Juliana ficou admirando as folhas de uma árvore voando. - Fiquei fixada e tinha que fazer alguma coisa que lembrasse esse movimento. Criei então um biombo, de plaquinhas de madeira que se movimentam" - do Cadeno Ela (em O Globo) de 23 de março.

keeping it real


"Keeping It Real", fotografia de David Lachapelle, com Lil' Kim (1999)

Achei esta foto ontem, enquanto lia uma matéria de título "David Lachapelle Claims Pop-Art Throne". Lachapelle é meu fotógrafo favorito e não gosta de PB. Não é incrível? Eu prefiro pensar nele como um surrealista (paisagens, situações e narrativas incríveis), como um pornógrafo, como um barroco (pela quantidade de detalhes presente, geralmente, em seu trabalho), como um fotógrafo de moda (pelos figurinos em suas fotos, constantemente casuais e teatrais ao mesmo tempo). Acho que tudo isso aparece nessa foto, provavelmente minha favorita dele. (Eu a usei para ilustrar um poema uma vez e agora ela aparece na primeira página do Google Imagens para "david lachapelle", levando meu blog a reboque. Ah! Eu vi essa foto no fim de janeiro na expô do Lachapelle que rolou em São Paulo: é ainda mais impressioante. Mas o melhor resultado da exposição foi a grande quantidade de matérias sobre o David: tenho estado em LachapelleLand desde o começo do ano.)

Mas, tudo bem, Lachapelle trabalhou com Andy Warhol, e essa foto prova. O uso do logotipo da Louis Vitton é genial, mas, voltando, pra mim, a idéia de uma mulher que é uma bolsa de couro é mais impactante do que simplesmente a apropriação de um logotipo. Ah! Uma vez eu imaginei umas roupas de couro que pareceriam a pele da pessoa... acho que tem a ver.

mazzboy


1, o tamanho. A forma como a luz entra no quarto, meio que filtrada por alguma cortina, a cama desarrumada, os susurros, os espamos, a câmera fixa, a relação com a câmera, o olhar, o corpo magro. Eu escrevi essa cena? http://zeropontoum.blogger.com.br "Trinta e dois", é isso! Veja aqui , que foi onde eu vi primeiro. (Ou, talvez, eu tenha visto antes, no meu filme favorito, 9 Canções.)

Poucas coisas são mais bonitas que uma pessoa se masturbando, poucas coisas são mais bonitas que um homem se masturbando e nada supera o orgasmo de um homem sozinho.

commo


Commo, cadeira de Sérgio Fahrer

Acho que a maior surpresa aqui é que num editorial sobre móveis-esculturas que o Caderno Ela (dO Globo) fez em 8 de março eu só tenha ficado chocado uma vez. Acho que percorri aquelas imagens desesperado por algo arrebatador. Achei essa cadeira de sensualidade absurda: as formas curvas em madeira quente penetradas em seu orifício pela decidida haste metálica. Gente, isso é um romance erótico!

No site de Sérgio Fahrer, aqui!, achei as medidas: 580x590x1020mm . Ah! Eu sempre achei madeira curva algo muito fascinante: tenho uma memória nebulosa de acariciar cadeiras, acho que no Teatro da UFMT: será?

filé de vitelo empanado na farinha de cogumelo com falso ovo

Filé mignon de vitelo empanado na farinha de cogumelo, de Alex Atala


Infelizmente, não há fotos deste. Deixa eu tentar descrever. Num programa Mesa Para Dois, que eu vi em março (acho) no GNT, o tema era cogumelos. A certa altura do programa, o chef Alex Atala apresenta sua receita. Sobre o prato branco estão um pedaço generoso de carne muito escura, na vertical, ladeado por um círculo branco com um outro, amarelo, no meio. O título da receita, "falso ovo", explica tudo. Alex explica que a farinha de cogumelo deixa a carne com aspecto de queimado. BINGO! Fiquei sem acreditar. Minha mãe depois comentou que o prato "não passava de um bife a cavalo". Eu não tinha me dado conta. BINGO X 2.


Filé mignon de vitelo empanado na farinha de cogumelo
Ingredientes:

P/ farinha:
500 gr de cogumelo desidratado e seco no forno

Preparo:
Processar o cogumelo e passar por peneira.

P/ vitelo:
2 pedaços de filé mignon de vitelo de mais ou menos 200 gr cada
sal
farinha de cogumelo
pimenta do reino
200ml de caldo de carne aromatizado com bouquet de ervas (alecrim e tomilho)

Preparo:
Temperar os filés com sal e pimenta. Empanar os filés na farinha de cogumelo e deixar descansar na geladeira por 1 hora.
Em uma frigideira aquecida com um fio de óleo de canola, fritar os filés. Aquecer o caldo de carne. Reserve.

Guarnição:
Falso ovo

Ingredientes:
1 gema de ovo
óleo
500 gr de purê de cara
100 ml de creme de leite
sal

Purê de Cará:
500 gr de cará
50gr de manteiga
300 ml de leite integral
sal

Preparo do purê:
Cozinhe o cará com casca numa panela com bastante água. Quando estiver cozido (espete o garfo que deve entrar sem nenhuma resistência). Descasque o cará ainda quente com auxilio de um pano (para segurar o cará na mão) e com uma faquinha, raspe toda a casca até que o cará fique bem limpo sem nenhum resíduo da casca. Corte em rodelas.
Com o cara ainda quente processe num processador junto com leite.
Numa panela coloque o creme de leite e a manteiga, leve ao fogo baixo e junte o cará já processado. Cozinhe por pelo menos 20 minutos mexendo de vez em quando.

Preparo:
Coloque a gema sem quebrar em potinho redondo que possa ir ao forno, cubra com óleo. Leve ao forno baixo por 3 a 4 minutos.
Em uma panela aqueça o purê de cará, tempere com sal, some o creme de leite. Mexa até aquecer.

Montagem:
Em um prato de serviço coloque o purê de cara formando um circulo, disponha a gema por cima do purê de cara, coloque o filé mignon de vitelo ao lado e finalize com o caldo de carne aromatizado.

edifício louveira


Edifício Louveira, de João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi (1946)

Isso deve ser obra do centenário do Niemeyer. 2007 foi o ano perfeito para se conhecer arquitetura modernista, estava em todo lugar. Eu, que já morei em Brasília e adoro a cidade, que adoro um tema da moda, que sei lá mais o que, super entrei na onda. Acho que a questão da arquitetura modernista (não toda, a que eu gosto), é a de racionalizar elementos arquitetônicos anteriores. Como na Catedral de Brasília, com suas estátuas "barrocas" e sua aspiração "gótica" às alturas. Ou algo assim.

No caso do Edifício Louveira, o interesse começou com a minissérie Queridos Amigos, que adoro. Lena, a personagem de Débora Bloch, mora lá. Um dia, a vi correndo pra fora do prédio e memorizei o que li numa placa, "Rua Piauí". Já conhecia o prédio de um Starte (acho), da Globo News: provavelmente um programa de 2007 sobre modernismo. O google "rua piauí clássico modernismo" me revelou a imagem acima, que verdadeiramente me impressionou. Há certo humor no contraste: o vermelho e o amarelo, as formas retas e limpas e as janelas de madeira. Essas janelas me lembram as casas de Cuiabá, de Chapada dos Guimarães. Acho que descobri essa foto em 1 de março último. Depois, fiquei sabendo que todos os apartamentos tem 3 quartos e uma vaga na garagem (que dispenso), e que têm 144m2. Meu apê atual tem 140. Quero morar no Louveira, fim.

katie holmes


Katie Holmes, em fevereiro de 2008

Não sei muito sobre essa daqui. Não sei onde a foto foi tirada ou quando, não sei de quem é o vestido ou o sapato, não sei quem é o assessor de imagem. Não sei quem é o fotógrafo. Não tenho sequer certeza do que gosto aqui. Não há nada verdadeiramente extraordinário nos elementos da foto, menos ainda na foto em si. Acho que a forma como Kate se vestiu (vestido e sapato) me passa uma idéia de elegância. E é só. Vi a foto em fevereiro no Te Dou Um Dado?. Na imagem, precisa dizer?, Tom Cruise e Katie Holmes.

jean paul gaultier


Vestido Jean Paul Gaultier, usado por Marion Cotillard em 24.02.08 na cerimônia do Oscar

A atriz francesa Marion Cotillard usou um vestido Jean Paul Gaultier para o Oscar 2008. A peça faz parte coleção de Primavera de Alta Costura do estilista, apresentada em Paris em 23 de janeiro último. Você pode ver fotos do desfile aqui. Foi o que eu fiz, acho que no dia 26 de fevereiro. O Oscar foi no domingo, 24, quando Marion ganhou o prêmio de melhor atriz. Mas acho que demorou uns dois para que eu, depois de muitos comentários, realmente ficasse impressionado. Só se falou da chatice das roupas no Oscar, da predominância do vermelho e da opção pelo clássico. Marion e seu vestido de sereia foram citados várias vezes como exemplos de ousadia - sempre com ressalvas: todos concordavam que era diferente, a beleza da roupa não era consenso. Kamille disse que tinha gostado até perceber que havia "rosas" no busto. Ana Paula disse que era hippie. Mas, quando eu vi a foto do vestido inteiro (e isso também deve ter demorado uns dois dias - acho que foi nO Globo de terça), foi definitivo: o humor, o elemento kitsch, a pureza e, sobretudo, a questão da "releitura" (fantasia de sereia vira vestido de noite) foram arrebatadores. Acho que foi daí que tirei a idéia de fazer este blog. E arranjei também um jeito de organizar o mundo: quem gostou do vestido tinha bom gosto, quem não gostou, não o tinha.